Consumo de cigarros aumentou na pandemia e isso pode ter relação com saúde mental

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Postado dia 5 de outubro de 2020 por


Consumo de cigarros aumentou na pandemia e isso pode ter relação com saúde mental

A COVID-19 pode ameaçar ainda mais a saúde de fumantes do que de não fumantes, pois tabagistas têm seu sistema respiratório prejudicado pelo fumo. Porém, infelizmente, o consumo de cigarro aumentou ainda mais durante a pandemia do coronavírus. Segundo pesquisa da Fiocruz, 34,3% dos entrevistados que se declaram fumantes passaram a consumir mais cigarros durante a pandemia.

Esse crescimento, de acordo com o estudo, foi associado com a saúde mental dos fumantes. Ainda não é possível saber se o aumento do consumo de cigarro piorou a saúde mental dos tabagistas ou o contrário. Mas o aumento foi maior entre os entrevistados que afirmaram ter problemas para dormir e os que sofrem de solidão, tristeza e nervosismo.

O estudo foi realizado pelo grupo ConVid Pesquisa de Comportamentos da Fundação Oswaldo Cruz, entre abril e junho, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas. De acordo com a pesquisa, foram ouvidos 44.062 brasileiros, de ambos os sexos, todos os níveis de escolaridade e todas as faixas etárias a partir de 18 anos. Do total, 12% disseram ser fumantes.

Entre eles, 22,8% aumentaram em cerca de dez cigarros o consumo diário, e 5,1% passaram a fumar 20 cigarros ou mais por dia.

Aumento do tabagismo entre as mulheres

A pesquisa também mostrou que entre as mulheres o vício é maior – 29,1% fumaram mais de dez cigarros ao dia, contra 17,3% dos homens.

Consumo de álcool durante a pandemia

Além do maior consumo de tabaco, foi relatado o aumento no uso de bebidas alcoólicas durante a pandemia. O índice foi similar entre homens e mulheres. Mas o maior aumento (26%) no uso de bebidas alcoólicas ocorreu entre as pessoas de 30 a 39 anos de idade, e o menor (11%), entre os idosos. Segundo os pesquisadores, o aumento do consumo de álcool também está associado aos sentimentos de tristeza e depressão e foi relatado por 24% das pessoas com esse estado de ânimo.

Saúde mental e tabagismo

A potencialização do vício em tabaco e de hábitos como maior consumo de álcool pode estar relacionada a aspectos psicológicos. É possível ver que ao mesmo tempo que o tabagismo aumentou na pandemia, muitos também apresentaram problemas relacionados com a saúde mental.

Especialistas afirmam que as condições impostas pela pandemia, como isolamento social, crise financeira e mudanças na rotina, podem gerar mais estresse e agravar quadros psicológicos, como ansiedade e depressão. Esses tantos agentes estressores, para alguns fumantes, podem ser gatilhos para acender mais cigarros. Em geral, os fumantes acham que o cigarro acalma, o que não é verdade.

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De acordo com a pesquisa da Fiocruz, entre os indivíduos com diagnóstico de depressão, 47% informaram que a sua saúde piorou durante a pandemia. Além disso, grande parte do grupo entrevistado apresentou problemas no estado de ânimo:

Entre os adultos jovens (18-29 anos), os percentuais alcançaram 54% e 70%, respectivamente. Em relação ao gênero, as mulheres relataram problemas de estado de ânimo com maior frequência que os homens. O percentual de mulheres que se sentem tristes/deprimidas frequentemente durante a pandemia foi de 50%, enquanto entre os homens foi de 30%. Já o percentual de quem se sentiu ansioso/nervoso frequentemente foi de 60% entre as mulheres e de 43% entre os homens.

“Esse aspecto de tristeza que está afetando muitas pessoas, juntamente com o estado de ansiedade, e mostra que é preciso ajudá-las a lidarem com isso, saber como trabalhar com isso, para preservar a saúde mental e a saúde em geral”, afirma a professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Marilisa Berti de Azevedo Barros, uma das coordenadoras da pesquisa.

Sono

Quanto à qualidade do sono, que também pode ter relação com o tabagismo, 29% passaram a ter problemas e 16% relataram piora nos problemas no sono durante a pandemia. Dormir mal pode prejudicar o organismo de várias formas, afetando o humor do indivíduo também. De acordo com a American Sleep Association, a nicotina é um estimulante e, ao contrário do que muitos pensam, ela dificulta o adormecimento, aumentando a frequência cardíaca e o estado de alerta.

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Sedentarismo

Além disso tudo, a pesquisa mostrou que 62% dos entrevistados não estão se exercitando, o que também pode ter relação com estado de ânimo já que a prática de atividade física ajuda no aumento da sensação de bem-estar.

Tabagismo e COVID-19

Os fumantes com COVID-19 têm 3,25 vezes mais chances de desenvolver quadros mais graves da doença do que não fumantes, segundo a Fiocruz. Hoje, eles integram o grupo de risco para COVID-19, pois estão mais suscetíveis a desenvolver doenças cardíacas e pulmonares, que estão entre os principais fatores de risco associados à mortalidade pelo novo coronavírus.

Além da possibilidade de agravamento da doença, o Ministério da Saúde alerta sobre o maior risco de contágio de COVID-19 já que os fumantes estão constantemente colocando as mãos em contato com a boca.

A boa notícia é que, ao deixar de fumar, os benefícios à saúde são imediatos. Os pulmões dos fumantes já passam a funcionar melhor após 12 a 24 horas sem fumar.

Portanto, o que está esperando para parar de fumar? Sabemos que é desafiador, mas pondere os riscos, consulte acompanhamento profissional se necessário e deixe de fumar.

Confira algumas dicas para parar de fumar aqui!

Esse conteúdo foi desenvolvido pela Latinmed, agência de comunicação e marketing para área de saúde; e validado pela CGP Brasil, especializada em Programas de Assistência ao Empregado.

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